Nutrição, comportamento e saúde bucal em pandemia.

A nova rotina vivenciada por inúmeras famílias, após concluirmos um ano de pandemia, trouxe uma série de desafios. Pais mais presentes, mas em uma nova ordem de trabalho e dinâmicas sociais, não foi necessariamente sinal de melhores cuidados e atenção.
A criança não tem conhecimento, tampouco autonomia para tomar as melhores decisões, acalmar suas frustrações, reconhecer o que de fato é o mais apropriado para sua saúde. Diante do stress, da desorganização ou da sua ansiedade, ela sempre irá fazer escolhas instintivas, baseadas na sua satisfação mais imediata. Ou seja, vai escolher “beliscar” o que tem na geladeira ou deixar de escovar os dentes após uma refeição açucarada.
Os consultórios odontológicos estão evidenciando os efeitos das mudanças comportamentais e nutricionais, consequentemente, o crescimento dos problemas na saúde bucal das crianças, como cáries e bruxismo.
Crianças estressadas e o bruxismo
É consenso que a saúde mental foi altamente impactada, influenciando sentimentos e comportamentos relacionados a ansiedade, irritabilidade, apego, tédio, mudanças de humor e até mesmo a solidão do distanciamento da escola e amigos. E o que precisa ficar claro: não cabe as crianças liderarem essa nova ordem, enquanto adultos parecem perdidos e assustados nessa confusão de sentimentos.
Um dos problemas mais comuns, e que só tem aumentado nos consultórios é o Bruxismo, caracterizado pelo ranger ou apertamento exagerado dos dentes durante o dia ou à noite.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, afeta cerca de 84 milhões de brasileiros, equivalente a 40% da população. Ele é multifatorial, mas sabe-se que a associação entre arcadas dentárias desalinhadas e fatores emocionais como ansiedade, raiva, tensão, stress e depressão, tem contribuído para seu agravamento nas crianças.
A odontologia miofuncional -
tratamentos que atuam na reeducação da musculatura facial e mastigatória, corrigindo maus hábitos miofuncionais como respiração bucal, deglutição atípica e posicionamento incorreto da língua – contribui para o alinhamento dos dentes, desenvolvimento dos ossos e musculatura da face, respiração nasal e melhora sistêmica, corrigindo os problemas que causam o bruxismo.
Pais e cuidadores precisam ajudar a criança a sair do “comer automático”, acalmar suas ansiedades e influenciar seus hábitos de higiene.
Uma perigosa rotina açucarada.
Evite o conforto dos ultraprocessados.
É sempre assim, no meio da confusão, o mundo ágil, fácil e prático dos alimentos disponíveis são a salvação, o conforto e a melhor companhia. E nesse ambiente os ultraprocessados ganham ainda mais espaço, por seu alto apelo sensorial, praticidade, disponibilidade, durabilidade e alto teor energético.
Crianças tem saciado sua fome e sentimentos com bolachas, salgadinhos, sucos prontos, doces, chocolate, congelados, macarrão instantâneo, pipoca de micro-ondas, bolos prontos e guloseimas em geral. Alimentos de baixa demanda mastigatória, embalagens práticas e sedutoras, prontos para consumo a qualquer hora e local. A saúde bucal e sistêmica da criança está sendo atacada.
É inegável, as crianças adoram.
É mais fácil para os pais, entre demandas de trabalho, filhos e vida corrida. Temos assim a combinação perfeita para o consumo exagerado dos ultraprocessados, e com eles o organismo de crianças sendo alimentados por altos teores de gordura, açúcar e sal. E esse combo tem sido acompanhado de uma maior displicência com a higiene bucal.
Uma alimentação rica em açucares e gordura predispõe crianças a um risco maior para excesso de peso, desenvolvimento da cárie dentária e erosão dental.
Estimular modelos alimentares saudáveis e
rotinas definidas, integrando a higienização bucal.
Para promover uma realidade a favor da saúde dos seus filhos, os adultos precisam assumir as rédeas da casa. É essencial que a família estabeleça uma rotina para as crianças, incluindo horários regulares de alimentação, sono, estudo, higiene pessoal e atividade física.
Uma atitude simples faz toda diferença, como deixar fácil acesso à criança a uma fruta cortada, picada ou descascada. Os pais precisam estimular e facilitar, na rotina da casa, o consumo de alimentos saudáveis, acompanhados da correta higienização bucal pós refeição.
A criança precisa seguir modelos alimentares, ou seja, os pais precisam liderar essa mudança, entender a vital necessidade de transformarem a própria alimentação. A nutrição não é somente uma aliada da saúde bucal, mas de toda saúde. Por mais óbvio que isso seja, muitos pais têm ignorado essa verdade consensual: a nutrição contribui decisivamente para imunidade de pais e filhos, logo uma indispensável aliada quando estamos diante de uma pandemia.
É imprescindível valorizar os momentos da refeição, criar hábitos compartilhados, como sentar juntos à mesa com acolhimento, formar um ambiente de prazer e bem estar, saudável, desde a escolha de alimentos realmente nutritivos, uma boa apresentação dos pratos, estimular o apreço pela degustação, dando tempo para uma mastigação adequada, tudo isso integrado a conversas leves, sem cobranças e de forma alguma, com a presença de TV e celulares.
As famílias vivem um tempo oportuno para aprendizados diários.
Sabemos que mudar nunca é fácil, exige uma rotineira dedicação, cuidado e afeto, capazes de construir novos hábitos alimentares e com eles, a adequada manutenção dos hábitos de higiene oral.
Não hesite em buscar suporte na sua odontopediatra de confiança e a ajuda especializada de uma nutricionista. Esse é um esforço integrado que vale a pena, pela saúde: precisamos fortalecer crianças e famílias, mentalmente e em sua imunidade, para vencerem os desafios da mais plena saúde.
Fonte: Sociedade de pediatria de SP / UOL – viva bem

A Doença Mão, Pé e Boca (DMPB) é uma infecção viral comum na infância, que provoca febre, dor de garganta e lesões na pele e na boca. Em casos mais intensos, pode gerar feridas dolorosas na cavidade oral, exigindo tratamentos que aliviem os sintomas e acelerem a cicatrização. Já a estomatite, especialmente a provocada por fungos como a Cândida albicans (popularmente conhecida como sapinho), também acomete a boca, causando incômodo e inflamação.
Neste cenário, a combinação do Laser de Baixa Potência (LBP) com o Azul de Metileno, por meio da Terapia Fotodinâmica Antimicrobiana (aPDT), surge como uma alternativa segura, eficaz e praticamente sem efeitos colaterais. Essa tecnologia combate vírus, bactérias e fungos, reduz a dor e melhora a cicatrização.

A maloclusão é um conjunto de falhas nos dentes e no desenvolvimento orofacial. Um dos principais motivos que levam crianças e adolescentes aos consultórios todos os anos. É uma desordem do desenvolvimento do complexo craniofacial, envolvendo a disposição dos dentes no arco dentário e sua correlação com as bases ósseas e estruturas relacionadas de forma desarmônica.

O "Agosto Dourado" é um mês dedicado à promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Vamos valorizar sua importância para saúde do bebê e sua influencia sistêmica para saúde mais plena do bebê. O leite materno é um alimento com diversos benefícios. Mais do que saciar a fome, ele é fonte plena de saúde. É, naturalmente, indispensável nos primeiros momentos da existência. A recomendação mundial é que o aleitamento materno seja exclusivo até os 6 meses e complementada até pelo menos 2 anos. O Pré-Natal Odontológico é fundamental para adequada preparação da mãe neste processo, assim como, sua influência para saúde bucal e sistêmica da mãe e do bebê. Confira 7 verdades plenas de saúde: 1 O LEITE MATERNO É UMA “VACINA” NATURAL PARA O BEBÊ. Estudos tem demonstrado que leite materno atua como uma “vacina” natural, sendo a maneira mais eficiente de prevenir doenças infecciosas no início da vida. Durante a amamentação ocorre a transferência de imunoglobulinas antimicrobianas maternas. Isso promove uma imunidade passiva à criança amamentada enquanto seu sistema imunológico está amadurecendo. De acordo com o estado imunológico materno, e nutrientes encontrados no leite materno, respostas imunes regulatórias podem ser induzidas a longo prazo nos bebês amamentados. 2 O LEITE MATERNO PODE TER EFEITO PROTETOR CONTRA OBESIDADE INFANTIL O aumento da obesidade infantil é uma grande preocupação em saúde pública. Muitos estudos têm demostrado que o aleitamento materno tem um efeito protetor significativo contra obesidade em crianças. 3 O LEITE MATERNO TEM POTENCIAL DE PREVENIR DOENÇAS ALÉRGICAS Eczemas, alergias alimentares e asma são as doenças alérgicas crônicas mais comuns na infância em muitos países. Existem evidências que eventos ocorridos no início da vida, tais como variações nos padrões de amamentação, dieta materna, exposição ao ambiente e micro-organismos podem ser importantes na sua evolução. O leite humano tem imenso potencial na prevenção de grande parte das doenças alérgicas. 4 O LEITE MATERNO PODE DIMINUIR A INCIDÊNCIA DE LEUCEMIA NA INFÂNCIA A amamentação é uma medida de saúde pública altamente acessível e de baixo custo. Estudos indicam que a promoção do aleitamento materno por 6 meses ou mais pode ajudar a diminuir a incidência de leucemia na infância, além de outros benefícios para a saúde de crianças e mães. 5 O LEITE MATERNO É FATOR DE PROTEÇÃO CONTRA OTITE A otite média é a principal causa da prescrição de antibióticos em crianças. Dois terços de todas as crianças pelo menos já experimentam um episódio de otite média antes dos 7 anos de idade. Estudos indicam que o Aleitamento materno é um fator de proteção contra a otite média na infância. 6 CRIANÇAS AMAMENTADAS TEM 35% MENOS CHANCES DE TER DIABETES TIPO 2 Estudos de alta qualidade indicam que a amamentação diminuiu as chances de diabetes tipo 2. Indivíduos amamentados também foram menos propensos a serem obesos e apresentaram pressão arterial sistólica menor. 7 O LEITE MATERNO PROTEGE CONTRA INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO O aleitamento materno protege a criança contra infeções do trato respiratório superior e inferior. A duração da amamentação por 6 meses ou mais está associada a um risco reduzido de infecções do trato respiratório em crianças pré-escolares. Esses achados são compatíveis com a hipótese de que o efeito protetor da amamentação para infecções do trato respiratório persiste após a infância, portanto sustentando a recomendação atual para amamentação por pelo menos 6 meses. FONTE: SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria











